O estio era assim. As tardes fingindo fornos e nós na esplanada habitual, na mão uma Super, ou outro refresco de teor mais elevado, e enquanto os ponteiros se arrastavam cambaleantes, jogávamos jogos infantis, ligeiramente modificados na pretensão de apelar ao intelecto.
O estio, sem estudantes pelas ruas da Bila, era assim; só os da Bila. Que é o mesmo que dizer, os de lá, os próprios, os nacionais. Fora Vila Real um País e seria, pelo período escaldante do Verão, mais patriótico.
Eu, não porque fosse de lá, lá estava. E partilhei desses momentos intimistas com um sentido de tresmalhada adoptada que lhes conferiam um saborzinho especial.
Estranho é o facto de, tão forte como a sensação do calor a pegar-se à pele, ser a recordação das palavras de Alexander Pope na sua voz, do seu sorriso que parecia em câmara lenta, da sua bendita, apaixonante e louca forma de questionar o mundo a cada segundo.
Pensando bem, talvez não seja assim tão estranho...
Se alguém o vir, não fazendo desse alguém meu criado, diga-lhe isto. Obrigado.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
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