Não, não é saudade, que isso é como hienas a comerem pedacinhos da parte de dentro do peito, e não é assim que sinto.
Sinto que qualquer coisa se acendeu no cantinho de um esconso de memórias e essa luzinha assim a espraiar-se com os dias pelo cómodo todo, a avivar lembranças, a tirá-las de baús bafientos e a mostrá-las,
Lembras-te?
em jeito de confirmação.
Lembro,
quero dizer,
não sei se lembro
porque parece que eu a reler num livro antigo um poema esquecido e a cuidar que diferente, os meus olhos a atentar nas palavras, duvidosos, e nisto, à cautela, olho melhor, e dou conta que afinal as palavras iguais e que só os meus olhos diferentes.
Devolvo o livro ao seu local empoeirado e, visto que dentro do peito pedaço nenhum desapareceu, não é saudade o que sinto, o que sinto é só um quase sorriso no canto do lábio, um ponteiro que se abranda num relógio e aquela fluidez irreal de reviver coisas que já não são.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
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